O Tchitundo-Hulo é um dos mais enigmáticos e valiosos sítios arqueológicos de Angola, localizado na província do Namibe, a cerca de 120 km da cidade de Moçâmedes. Trata-se de um complexo de formações rochosas que abriga mais de 500 gravuras e pinturas rupestres, testemunhos milenares de rituais, crenças e modos de vida dos povos ancestrais do sul de África.
Os montes de granito do Tchitundo-Hulo, especialmente o mais conhecido — Tchitundo-Hulo Mulume —, estão cobertos por inscrições que remontam a milhares de anos. Estudiosos acreditam que essas gravuras foram criadas pelos povos Khoisan, conhecidos por suas tradições espirituais profundamente ligadas à natureza.
As imagens representam figuras humanas estilizadas, animais como girafas e antílopes, símbolos geométricos e marcas abstratas, que possivelmente indicam mapas espirituais, rituais de cura ou cerimónias de iniciação.
Além do valor arqueológico, o Tchitundo-Hulo encanta pela sua paisagem desértica única, marcada por formações rochosas majestosas e um silêncio profundo que convida à introspecção. Muitos visitantes descrevem o local como um espaço místico e energético, onde o tempo parece suspenso e a conexão com os antepassados é quase palpável.
Localização:
Tchitundo-Hulo situa-se no município do Virei, província do Namibe. O acesso é feito por estrada a partir de Moçâmedes, com cerca de 3 a 4 horas de viagem, preferencialmente em veículo 4×4.
Melhor Época para Visitar:
Entre maio e setembro, durante a estação seca, quando o clima é mais ameno e o acesso mais seguro.
Visitas Guiadas:
Recomenda-se a presença de guias locais, que conhecem o valor simbólico do local e ajudam a interpretar as gravuras, bem como a garantir o respeito pelas regras de preservação.
Fotografia:
Permitida, mas com cuidado para não pisar nas pedras gravadas ou tocar nas superfícies. O uso de drones deve ser previamente autorizado.
Regras de Preservação:
Não riscar ou tocar nas gravuras.
Evitar pisar nas pedras gravadas.
Respeitar o silêncio e a espiritualidade do local.
Não levar pedras, areia ou qualquer elemento natural como lembrança.
Quando me aproximei das pedras, senti como se estivesse a ouvir vozes antigas. Cada desenho parece contar uma história. O guia local explicou que aqui se faziam cerimónias espirituais. Fiquei arrepiado. É um lugar de respeito e contemplação.
Visito o Tchitundo-Hulo desde criança com meu avô. Ele dizia que aqui mora o espírito dos nossos antepassados. Para nós, não é só história — é vida, é herança. É um lugar sagrado.
É um dos mais importantes sítios rupestres da África Austral. O Tchitundo-Hulo deve ser reconhecido como Patrimônio Mundial da Humanidade. A sua preservação é urgente.
Visitar as pinturas rupestres de Tchitundo-Hulo é mergulhar em um dos mais antigos e sagrados testemunhos da presença humana em África. Gravadas há milhares de anos pelos povos ancestrais do deserto do Namibe, como os Khoisan, essas marcas nas rochas revelam não apenas arte, mas espiritualidade, cultura e ligação profunda com a natureza. Em meio à paisagem árida e silenciosa, o visitante encontra um museu a céu aberto, onde cada pedra conta uma história e cada símbolo convida à reflexão sobre nossas origens. É uma experiência única que une beleza, mistério e respeito pela memória da humanidade.
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